Castanha, nozes e mesmo amendoim reduzem mortalidade em geral
Um conjunto de evidências científicas demonstra uma redução do risco de morte por qualquer causa, e principalmente por doença cardiovascular, em indivíduos que comem castanhas e nozes regularmente.
No entanto, a maior parte dos trabalhos
que indicam esta associação foi conduzida em amostras de pessoas de
situação socioeconômica confortável, particularmente de descendentes de
europeus. Esta falta de diversidade na amostra limita a aplicabilidade
dos resultados em grandes populações de baixo poder aquisitivo. Além
disso, nozes e castanhas são alimentos de preço elevado, o que impede o
seu consumo regular.
No Brasil, por exemplo, excetuando-se a castanha de
caju em algumas regiões, as demais nozes tem um consumo restrito,
acontecendo principalmente na época de Natal, imitando um costume
europeu.
Na semana passada uma nova pesquisa abordando esta associação foi publicada na revista médica JAMA Internal Medicine.
À primeira vista pode parecer redundante a publicação de um novo estudo
abordando a mesma associação. No entanto, este trabalho traz duas
grandes novidades em relação aos demais que trataram do tema. A primeira
delas é que os participantes da pesquisa são de um nível socioeconômico
baixo, incluindo americanos e chineses. A segunda, e talvez a mais
interessante, é que o principal tipo de noz consumido foi o amendoim.
Sim, o nosso popular amendoim, que tecnicamente não é considerada uma
noz e sim uma leguminosa.
A pesquisa consistiu na combinação de três
estudos observacionais, o que traz mais consistência à análise por
aumentar muito o tamanho da amostra, assim como sua diversidade. Mais de
71.000 indivíduos com idades entre 40 e 79 anos, chineses e americanos,
foram acompanhados por períodos de 5 a 12 anos. Os pesquisadores
encontraram que quanto maior a ingestão de nozes (e a principal foi o
amendoim) menor foi o risco de morte por qualquer causa e também de
morte por doença cardíaca.
A explicação para o achado pode estar ligada ao
fato que as nozes (incluindo o amendoim) serem ricas em gorduras
insaturadas que são benéficas à saúde, bem como em vitaminas, minerais,
antioxidantes, fibras e outros fitoquímicos.
Os resultados deste trabalho são de grande
importância pois políticas de incentivo ao consumo de um alimento
nutritivo e protetor contra doenças e, principalmente, de baixo custo,
presente praticamente em todas as regiões e com ótima palatabilidade,
como o amendoim, pode ter um importante impacto para a saúde pública.
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