Pesquisas mostram que o álcool é a bebida de maior consumo na adolescência, sendo consumida cada vez mais cedo
É crescente a preocupação das autoridades de
saúde com o hábito entre adolescentes, cada vez mais precoce e mais
frequente, da ingestão de bebidas alcoólicas, principalmente por ser
esta situação admitida, tanto entre os jovens e também entre grande
parte dos adultos, como algo comum e próprio da idade.
Os danos causados pelo uso de álcool ao adolescente são diferentes
daqueles causados nos adultos, seja por questões existenciais desta
etapa da vida, seja por questões relacionadas ao amadurecimento do
cérebro. O consumo de álcool pode trazer prejuízos para a memória,
dificultar a aprendizagem e o controle de impulsos. Os profissionais que
trabalham com adolescentes devem ter um preparo para avaliar
corretamente o possível uso abusivo ou a dependência, conhecendo bem as
características singulares dos adolescentes para que possam adaptar os
instrumentos disponíveis para diagnóstico, uma vez que foram
desenvolvidos para adultos.
Os efeitos da intoxicação alcoólica aguda sobre
o sensório, motricidade e juízo crítico são bem conhecidos e levam
muitas vezes o adolescente a ter atitudes que não teria em condições
normais. Além disso, um conjunto consistente de evidências científicas
tem exposto os potenciais efeitos nocivos à saúde da intoxicação
alcoólica aguda.
Os resultados revelaram que os ratos adultos
que receberam álcool na adolescência apresentavam problemas de memória e
cognição. Os cérebros desses ratos foram analisados por uma série de
técnicas que permitem avaliar o desenvolvimento e amadurecimento dos
circuitos neurais. Isto foi feito particularmente em uma região cerebral
chamada de hipocampo, que é responsável pelo aprendizado e memória.
Esta análise expôs alterações tanto funcionais quanto estruturais no
hipocampo, o que explica os déficits comportamentais apresentados pelos
animais.
Baseados nestes resultados os pesquisadores
sugerem que o álcool na adolescência pode produzir uma ruptura na
maturação normal dos neurônios, o que levaria a alterações permanentes de estrutura e função cerebrais.
Os cientistas alertam também que, apesar de, por lei, a adolescência ir
até os 18 anos, o cérebro completa o seu desenvolvimento por volta dos
20 anos de idade.
Por estas razões, adiar ao máximo a
exposição dos jovens ao álcool é uma medida preventiva com impacto
altamente positivo na saúde da população adulta.
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